
Não importa se é no Brasil, ou em outro país. Apesar de cada lugar ter suas especificidades em relação a prática e ensino da dança, as insegurancas que cercam as jovens professoras parecem ser iguais em qualquer local do globo.
Para aquelas que estão em vias de se lançar nessa jornada, as perguntas mais comuns são:
- Será que estou pronta? - O que me falta aprender para ser capaz de ensinar? - Como e onde vou começar?
E para aquelas que acabaram de ingressar, as dúvidas parecem ser ainda maiores:
- Será que estou no caminho certo?
- Como terei certeza de que minha didática é adequada?
- Como transparecer segurança e notoriedade, mesmo sem ter experiência?
- Estou ensinando certo? - Será que minhas alunas estão satisfeitas?
Será? Será? Será?...

Mas hoje, nesse primeiro de muitos, quero apenas lançar algumas dicas objetivas para as novas (futuras) professoras, na esperança de que esses apontamentos também sirvam para "as não tão novinhas", porém com disposição sempre de se reciclar.
1) Orientação e supervisão.
Antes de começar, ou nos primeiros passos, busque a orientação de uma professora experiente e de sua confiança, que lhe de parâmetros sinceros sobre as suas reais capacidades e limitações para essa nova fase. Desconfie do excesso de incentivo e elogios... Você há de desconfiar que ao iniciar uma atividade nova, sempre estamos sujeitas a cometer erros e pequenos deslizes. Assim, você precisa de "um olhar de fora" que corrija essas questões com objetividade e clareza.
2) Conhecimento multidisciplinar.
Fique atenta aos conhecimentos correlatos ao ensino da dança e do movimentos em si. O quanto sobre o conhecimento básico a respeito da história da dança, música, geografia e as diferentes vertentes e estilos da Dança Oriental pelo mundo, por exemplo, você detém, e o quanto deve/pode também aprimorar para ensinar nas aulas.
3) Responsabilidade sobre o corpo da aluna
Se a aluna confiou a você a responsabilidade de ensinar a ela uma técnica corporal, a professora, no mínimo, tem de ter atenção, cuidado, respeito e responsabilidade pela saúde do corpo da aluna.
Buscar ferramentas e conhecimentos no que diz respeito a anatomia básica, alongamento e consciência corporal é importantíssimo nesse processo. Porém, de nada adianta deter esse conhecimento se a professora der aula olhando o tempo todo para si mesma no espelho, sem perguntar se as alunas tem alguma lesão ou problema já diagnosticado, ou ainda se não estiver atenta para a heterogeneidade do grupo e as diferente demandas do mesmo. Não é?

Quando nos dispomos a nos manter estudando constantemente, estamos o tempo todo nos colocando no lugar de aluna, e isso faz com o que a professora tenha de sempre reavaliar sua própria metodologia.
Quando temos uma experiência não tão positiva enquanto aluna, imediatamente nos tornamos mais sensíveis a possíveis dificuldades que identificaremos em nossas próprias alunas.
5) Desafiar-se a outros estilos.
Quando nos propomos a estudar outros estilos da dança como um todo, assim como estilos diferentes dentro da própria Dança Oriental, isso pode se revelear numa experiência riquíssima.
I) O contato com o diferente, irá reafirmar os "gostos" e os "não gostos", tornando suas escolhas estéticas mais conscientes.
II) O contato com novas abordagens traz outras possibilidades para o trabalho criativo de professora e bailarina, como também nos "acorda" para nossas dificuldades e zonas de conforto, contribuindo para que não nos engessemos num modelo único como professora.
Importante: O conjunto de qualidades que gerealmente atribuimos a uma boa professora, tem muito a ver, dentre outros aspectos, com seu "jogo de cintura" e capacidade em explicar uma mesma questão sob diferentes formas. Se você estiver engessada num único estilo e forma de trabalhar, estará mais limitada para transitar em várias formas de explicar.
6) Desenvolver uma metodologia própria
Quando começamos, sempre nos espelhamos e buscamos seguranca na metodologia de outras professoras. Porém, com o passar do tempo é primordial qua cada profissional alinhe a sua forma de trabalhar com sua visal individual a respeito da dança e de seu ensino. Esse é um processo lento que não tem regra para como nem quando acontecer.
Quanto mais experiente e segura a professora se sente, mais claro são os "ajustes" a serem feitos na metodologia que no princípio tomamos como base.
Importante: Essa adequação e desenvolvimento de uma metodologia própria esta também ligada ao tipo de público para o qual se da aula (crianças, terceira idade, academia de ginástica, básico, aspirantes à bailarina, etc... cada público demanda um tipo de trabalho).
7) Transparência sempre
Partindo do princípio que somos pessoas em constante construção e/ou transformação do nosso corpo, personalidade, preferências e ideais, é bom estarmos conscientes sobre a possibilidade de mudarmos de idéia, sempre.
Aquilo que julgavamos com verdade num passado recente (como, por exemplo, a forma de se ensinar um passo), pode se revelar um completo equívoco num momento seguinte, quando nos deparamos com novas formas de explicar e entender o movimento, por exemplo. Sendo assim, não esconda a sua descoberta ou a sua mudança de visão para as alunas. Seja verdadeira e compartilhe a novidade com elas.
A sua segurança e verdade para com o seu próprio trabalho, sempre cativará o respeito das alunas em relação à sua postura profissional. Todas same ganhando.
Espero que essa primeira pincelada nesse tema traga respostas e mais questionamentos sobre a nosso papel e atuação com professoras no mercado atual da Dança do Ventre.
Isso é um pouco do que eu posso concluir a partir da minha experiência. E você? Qual é a sua experiência?
Aguardo os seus comentários....
Bj grande e até semana que vem.
Elis